sábado, 3 de março de 2012

ED 02 - Paul Ansell’s Number 9


Sem sombra de dúvidas o melhor show que assisti em 2011 e talvez um dos shows mais bem executados que já tive o prazer de ver em meus quase 32 anos de vida. Lembro que na época foi triste saber que “Jack Earls” não poderia mais participar do “Hemsby 47” e quando “Willie Jeffery” anunciou duas semana antes do festival quem seria o substituto de Jack eu procurei saber quem era esse tal Paul Ansell e fui surpreendido pelo talento desse artista que é conhecido na Inglaterra como "Mr. Charisma" devido a sua voz envolvente, sua elegância e bom gosto. Lembro de ter ouvido falar dele em um grupo na internet no início do ano passado em um vídeo postado pelo Ricardo de Curitiba, confesso que não levei muita fé logo de cara pelo visual da banda apesar da boa execução em que Paul aparecia cantando uma canção do Elvis. Logo após fui pesquisar sobre o cara e pirei no som do tal Paul Ansell, já são 12 álbuns gravados desde 1993 e todos eles obtiveram excelentes críticas na Inglaterra e EUA. Como não encontrei nenhuma fonte sobre Paul Ansell em Português resolvi traduzir alguns textos que encontrei a respeito de sua carreira aí vai:

Um dos melhores vocalistas do circuito Rockabilly e Rock and Roll dos últimos tempos chama-se “Paul Ansell” vocalista da banda britânica “Number Nine”. Sua voz é uma encantadora e perfeita mistura de Elvis Presley e Charlie Rich, tal é a qualidade de sua voz que ele tem sido o vocalista escolhido por “Scotty Moore” para ser seu band-leader em diversas de suas tours.
Paul Ansell começou sua carreira com o grupo de R&B “Blue Rhythm Boys” (ps: a banda voltou para uma aparição especial em 2009 no “Rhythm Riot” um Rockabilly Weekender em Londres – UK) Ansell participou do álbum “At Last” de 1992 que obteve uma boa crítica do escritor “Steve Ansley” da revista britânica “Now Dig This” o álbum foi relançado em 2010 pela gravadora Wild Records com algumas faixas bônus. Com o término da banda Paul dá inicio ao trabalho como líder da “Number Nine” no ano de 1993. A banda começa se especializando em originais de Ansell e covers de músicas nada convencionais para o estilo como “Hey Joe” e “The Passenger”. Como ele mesmo se referiu em seu site certa vez: -"Eu queria tocar tudo o que eu gostava e não poderia me restringir em apenas em tocar o que pessoas esperavam ouvir”... Em 1993 as fronteiras musicais eram muito mais estreitas do que os dias de hoje e tocando “Hey Joe” e “Red Ligth” Paul obteve criticas negativas do público mais tradicional.
Seu show ao vivo é dinâmico não se restringindo apenas ao Rockabilly, pode-se ouvir claramente a influência de R&B, Country Western e influências do som feito nos bons tempos de Nashville e Memphis. A banda tem uma sonoridade muito trabalhada e bem pensada com uma excelente vibe e o mas mais importante: é original e distintiva.
Como uma visão geral da carreira de “Paul Allsell Number Nine” eu decidi dar uma olhada e comentar rapidamente todos os seus álbuns que você pode encontrar facilmente entrando em contato com a banda. Vamos lá!!

“Number Nine”: Estréia da banda, de 1991 foi inicialmente lançado pela “Rockhouse Records” e posteriormente pelo selo sueco “My Way” Surpreendentemente foi todo gravado e editado em dois dias. É o álbum que definiu o seu estilo e é recheado de excelentes canções próprias e releituras como versão matadora de “Hey Joe” e de artistas da Sun Records e é neste álbum que aparece a primeira versão de “Red Light” gravada totalmente ao vivo (música que já posso dizer que marcou uma parte muito boa de minha vida).

“Smokin’ Country Rockin' Blues”: Quase metade do álbum são composições próprias de Paul e do baixista Nick Gilroy. Destaque para uma versão de “Lay Lady Lay” do Bob Dylan.

“Mood Swings”: Este álbum lançado pela “Jungle Records” viu a banda dar um passo um tanto diferente, ainda tocando o seu próprio estilo de Rockabilly mas com um olhar mais eclético para o latino e sonoridades mais pop. Foi também incomum e ao mesmo tempo interessante que as músicas não foram gravadas para fazer parte de um álbum, mas era uma coleção de canções que ele havia trabalhado em vários locais ao longo dos anos inclusive com Darrel Highan. O Encarte é um deleite com um conjunto engraçado de fotos dos membros da banda em montagens coladas em fotos de músicos dos anos 50 tais como Gene Vincent e Scotty Moore e onde vemos que Paul Ansell aparece muito à vontade no lugar de Liberace ao lado de Elvis. A música que mais me agradou foi a versão de Honky Tonk Man de Johnny Horton.

“Movin' On”: Uma mistura de covers e originais. É um típico álbum do Number Nine com seu som único, contém canções de Charlie Rich, uma clássica versão “The Passenger” do Iggy Pop e um hit da Sun “Hey Slim” de Jack Earls, resumindo uma excelente demonstração de toda a versatilidade da banda.

“Sweet Inspirations”: Logo após a turnê com Scotty Moore onde Paul Alsell atuou como “band-leader” é lançada essa homenagem à Elvis. Mas não se preocupe, ele não gravou as clássicas versões de Hound Dog e Blue Suede Shoes, este é um álbum muito bem pensado e contém covers de músicas não tão conhecidas nas três décadas da carreira de Elvis bem como canções nunca gravadas comercialmente ou não editadas só não me pergunte como ele teve acesso a esse material. O álbum conta inclusive com uma participação de Darrel Higham.

“Countryfied”: Neste álbum a banda se permite ter a liberdade para tocar em seu estilo inimitável e Ansell parece mais confiante do que nunca. É notável a ênfase em tocar mais originais aqui, a brilhante versão de “Thanks a Lot” de Ernest Tubb pra mim é a melhor música do disco.

“A Rockin’ Good Way” - Lançado originalmente como um LP de 10 polegadas. É um mini-álbum com apenas seis faixas com destaque para a versão “nervosa” de “Lonesome Train” do Johnny Burnette e um cover muito interessante da música “Kiss” do Prince que alguns dizem que não combina com a voz de Paul mas eu até que gostei.

“BlueGrooves”: Este é um álbum cheio de covers e embora não impressione tanto na primeira ouvida vai aos poucos se tornando muito bom de ouvir depois da terceira ou quarta audição. Tem uma sonoridade mais exótica do que os álbuns anteriores. Destaque especial para a primeira faixa do disco intutulada “I Got A Feeling” que tem um bongô fenomenal.

“This Train I’m On” lançado pela “Alpina Records” da Espanha com 16 faixas, das quais 2 também já foram apresentadas no primeiro álbum só que foram regravadas com melhor qualidade. A voz incrível de Paul nunca deixa de me surpreender. Ah! e por falar em surpresa há uma faixa bônus 3 minutos escondida no final do CD, apenas deixe o cd rodando e com certeza irá ouvi-la.

“Live at Sun” Este álbum foi gravado totalmente ao vivo no lendário estúdio da Sun Records em 2005 com participação do guitarrista Scotty Moore destaque para a música “Rockin’ in Memphis”.

"Love Conquers All": de acordo com o review que saiu na revista britânica “UK Rock” Paul Ansell nunca foi exclusivo de apenas um gênero musical sua música passeia livremente pelo Country Rock, com Pitadas de Blues, Rock and Roll, R&B, Rockabilly e excelentes baladas. A única constante é desse artista é a qualidade em tudo o que ele faz. Nesse último álbum ele trabalhou com o A-Team de Nashville: com Bob Moore no contrabaixo, na guitarra Reggie Young, o tecladista Dave Briggs e o baterista inglês Jimmy Russell, e também conta com a participação de Billy Swan. Como destaque estão as excelentes versões de “Early Morning Rain” muito conhecida na voz de Elvis, “Start All Over Again” que me lembrou muito a forma de cantar de “Ted Herold” e a magnífica “My pledge of Love” sucesso dos anos 70 na voz de Joe Jeffrey.

“Money and Lies” Lançado em 2011 pelo selo “Sold my Soul” este é o mais recente trabalho de Paul Ansell e dispensa apresentações é um dos meus discos preferidos de todos os lançados por ele até então. Todas as músicas são excelentes e muito bem executadas mas eu insisto em destacar a “terceira” versão de “Red Light” que pra mim é a versão definitiva (ps:melhor só se o próprio Elvis a cantasse) nesta música Paul consegue transpor para os vocais toda a emoção e latência que esta letra merece. Pra mim particularmente é uma das melhores canções que já escutei meu “Top10” pessoal. Resumindo excelente disco com muitas versões e originais.

Paul já tocou nos principais Rock and Roll Weekenders pelo mundo tais como: Turnout, Viva Las Vegas Rockabilly Weekend, Lets Get Wild, Americana Fest, Hemsby, Rockabilly Rave, Rhythm & Riot, Ponderosa Stomp, High Rockabilly Festival, Hotrod Hayride, Ace Cafe, Rockers Reunion, Waldorf RNR Festival entre outros espero um dia ve-lo tocando aqui no Brasil.

Bom acho que é isso, se você quiser conhecer um artista diferenciado e de muito talento procure comprar ou conhecer os discos de “Paul Ansell’s Number Nine”. Obrigado.

Fontes: BlackCat Rockabilly Europe, Rockabilly Hall of Fame, UK ROCK Magazine e release da banda.

Traduzido e re-escrito por Billy Joe Rocker

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